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A cada ano, mal nos começamos a aproximar do fim, fazemos uma retrospectiva de tudo que esteve bem, do que esteve mal e do que esteve péssimo. Numa tentativa de não caminharmos pelas mesmas trilhas e repetir erros cometidos, iniciamos um plano detalhado de boas resoluções para o ano seguinte, destinadas a transformar as nossas vidas para melhor. Segundo os nossos cálculos nada realistas e altamente exigentes, não só vamos encontrar o amor das nossas vidas, como começar uma dieta vegana 100% alcalina, acordar as 5 da manhã todos os santos dias para ir ao ginásio e perder 90 kilos logo nos primeiros meses. Viajar muitooooo, abrir um negocio de sucesso, fazer valer cada dia (#carpediem) e assim, ser tudo que não conseguimos ser até hoje em apenas alguns meses… Ao longo do tempo e de varias tentativas falhadas de me transformar na Beyoncé do dia pra noite, eu percebi que não há nada mais frustrante do que levarmos com o peso quase insuportável das altas expectativas que criamos para nós, especialmente quando não conseguimos corresponder as mesmas. É uma sensação de fracasso e de incompetência injusta, já que no fundo somos só humanos… Quando olhamos para as vidas alheias e vemos as conquistas e sucessos dos outros, acende-se em nós uma chama que nos faz desejar o mesmo. A isso não chamo inveja, mas sim uma ambição natural, e também motivação extra de ser mais e melhor. Especialmente nesta era de redes sociais, em que vemos mil exemplos de sucesso, jovens empreendedoras, fit, ricas, a darem a volta ao mundo e a viver vidas de sonho. E é natural almejar sempre o melhor, porém é importante também reconhecermos e respeitarmos as nossas limitações enquanto simples seres humanos para ficarmos de bem com nós mesmas, sem pressões nem frustrações. Afinal de contas, apesar de vivermos todos debaixo do mesmo céu cada uma de nós tem a sua historia, a sua estrada e o seu caminho a percorrer. Os obstáculos, o tempo e contratempos serão sempre diferentes de pessoa para pessoa e isso tem que ser levado em consideração quando planejamos as nossas vidas! Já temos exemplos suficientes do bom que é o sucesso, mas esquecemos que o fracasso existe e então torna-se difícil conviver com o mesmo. Precisamos de mais realismo, e de aceitar que falhas não são o fim do mundo. Há sempre um novo dia, uma nova oportunidade de recomeçar até acertar. Não importa se daqui há dez anos, ou amanhã, o importante é nunca parar de tentar. Isto dito, para este ano de 2018 as minhas metas e objectivos para o novo ano são simples. As minhas mudanças vão começar de dentro para fora : só vou esperar do universo tudo aquilo que eu der de volta, e isto inclui ser justa comigo mesma e com as pessoas que me rodeiam, ser mais optimista, menos egoísta, compreender e respeitar o tempo das coisas, e apreciar as coisas pequenas que fazem da vida a incrível aventura que ela é! Cuidar da minha alma, do meu ser até porque não ha concealer nenhum que corrija uma aura escura. Beber mais agua, alimentar o meu corpo e não a minha gulodice(chega de tomar Coca-Cola ao pequeno-almoço!!), experimentar coisas novas, permitir-me novas sensações, desfazer-me de imagens pré-concebidas das coisas e das pessoas. Trabalhar muito sem esperar recompensas imediatas, amar-me o suficiente para não deixar que o amor de ninguém se torne imprescindível para o meu equilíbrio, aprender a deixar ir todos aqueles que mostraram não querer permanecer na minha vida, sem magoas nem ressentimentos. Entender as minhas fraquezas, respeita-las e eventualmente aprender a conviver com as mesmas, sem me auto-flagelar por não ser tudo aquilo que queria. Não me preocupar com o que não posso controlar, ser dona do meu destino, escrever a minha historia e certificar-me de que seja uma historia que vale MUITO a pena de ser contada aos meus filhos, netos e bisnetos! 

Feliz ano 2018